Estou de volta.
Queria não ter demorado tanto tempo a voltar, praticamente 3 semanas, mas demorei.
O Bernardo nasceu no dia 9 de Dezembro.
Precisei de "parar". Permiti-me a deixar de lado os ecrãs, telemóveis e até pessoas. Na realidade não parei, bem pelo contrário. Dou de mamar a cada 3 horas, troco fraldas e dou colo enquanto o meu café fica frio. Tento dar à Di a mesma atenção que dava antes, tempo de qualidade entre nós, mas não tanto como gostaria de estar a conseguir dar, com a mesma calma e paciência. A história antes de dormir é interrompida por uma cólica e acabo por ler com ele ao colo, rezando para que não rebente a chorar quando ela já está quase a fechar as pestanas.
Finalmente a Di adormece, não tão cedo como queria, porque o espírito do Natal baralhou a hora da chegada do João Pestana e ainda não conseguimos retomar... porque desligo o despertador de manhã e agradeço a Deus por ela dormir para lá das 7 e meia.
Tenho roupa para organizar e dobrar, ervas a crescer no quintal.
Quero limpar o frigorífico e preciso de fazer as sobrancelhas com urgência.
Por vezes, sinto-me como se fosse uma bomba com um rastilho curto e quando peço ajuda sinto que estou a falhar. Questiono as minhas habilidades enquanto mão e choro sem ninguém ver porque quero chegar a todo o lado mas ainda acabo o dia com os pontos da episiotomia e os meus ossos a gritar. Se não tiver de sair de casa, é garantido que o meu cabelo vai estar preso com um elástico qualquer, provavelmente até algum da Di que esteja mais à mão, e o meu banho vai ser tomado quando o dia chegar ao fim e todos forem para a cama... com a forte probabilidade de mais uma cólica pelo meio.
Sei que é uma fase.
Sei que daqui por uns tempos já não vai ser da mesma maneira, que as noites serão diferentes e que as dificuldades de hoje serão substituídas por outras diferentes. Sinto-me esgotada e ao mesmo tempo não trocava isto tudo por nada. Exactamente por saber que tudo isto são fases, que é passageiro. É um desafio. A experiência mais desafiante de todas.
Sei que não tenho a casa tão organizada como queria, que tenho trabalhos de férias pendentes para fazer com a Di, que lhe dei snacks fora de horas para me facilitar o malabarismo--- mas também sei que estou a ser a melhor mãe que consigo e que estamos todos em fase de adaptação.
E que é uma fase.
E que há muitas, muitas mas mesmo muitas mulheres a passarem por todo este turbilhão de emoções e desafios enormes, a fazerem as mesmas questões interiores, a chorarem sem ninguém ver por sentirem que não estão a conseguir lidar com tudo.
Chama-se puerpério e é uma fase.
Mas hoje, independentemente de dormir 3 horas ou 5, sei que pelo menos consegui dar um passo maior. Este post foi escrito do fundo do coração, entre cólicas e mamadas, como um desabafo e um " não somos um caso único e vai ficar tudo bem", para mais Filipas que possam haver por aí do outro lado.
Vai ficar tudo bem.
Estou a fazer o melhor que consigo fazer. E aí deixo de ter dúvidas de que sou uma boa mãe.
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Não há mães perfeitas. Há mães que dão o seu melhor. Tens um bebé com dias que exige toda a tua atenção neste momento e isso é o que importa. Muita saúde para o Bernardo é o que desejo.
ResponderEliminarhttps://cronicasdeumamaeatrapalhada2.blogs.sapo.pt/
Aí já passei por tudo isso é cansativo mais passa depois é recompensado! Força mãe!! Saúde pro seu neném um beijo
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